Jovens e bombeiros. A morte esperava-os no combate às chamas que engolem as florestas portuguesas. A falta de formação adequada e outras faltas caracteristicas dos meios rudimentares de que dispõem os bombeiros de Portugal foram parte das causas. Os principais responsáveis são os que têm assumido as pastas de tutela dos bombeiros e de tutela da gerência das florestas. Primeiro esses. Mas também vão na leva todos os que têm passado pelos governos, todos que têm assentido na legislação que permite a alguns literalmente brincarem com a riqueza florestal nacional e com a vida das pessoas, com os bens materiais das pessoas que vêem suas casas arderem, suas colheitas desaparecerem em mares de chamas, seus animais ficarem carbonizados no pasto dos fogos. Porém, desses, dos verdadeiros responsáveis recheados de irresponsabilidades e défices para desempenharem cargos de ministros, de deputados, de presidentes da República, desses quase não se fala nem passa pela cabeça de alguém responsabilizá-los. Em vez disso veneram-nos. Estúpidamente, mas veneram-nos. E eles abusam. Constituem-se em grupos semelhantes a mafias com carta branca para priorizarem os seus interesses pessoais, partidários e de grupos económicos. São eles que se aproveitam e se vêem denominados deputados da Assembleia da República. Da República dos Bananas. Só poderá ser. Porque aquilo que os portugueses incorporam e mais parecem são uns bananas… Que até vão perdendo tudo, até nos incêndios que a tempo não foram adequadamente prevenidos. E as negociatas por via dos incêndios? Já pensaram nisso. Quem e quantos ficam a ganhar com o mal do país e dos que ficam sem nada ou quase sem nada. Já pensaram nisso? Pensem. Os bananas têm de saber pensar para agir e deixarem de ser bananas. Em tempos Portugal já foi uma República de pessoas que conquistaram a dignidade, a democracia, a liberdade, a justiça, o respeito pelos direitos humanos e com eles viviam em conformidade. Acabe-se com os fogos na República dos Bananas e que surjam os portugueses novos. Limpinhos.
Otávio Arneiro